Intensificação do período seco e seu efeito sobre o fluxo de óxido nítrico, óxido nitroso e metano do solo em floresta primária de terra firme do sudeste Amazônico
Resumo
Modelos de Circulação Geral (GCM’s) preveem para estas próximas décadas um aumento na concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera e elevação da temperatura global, entre 1,5 a 4,5ºC, com provável diminuição das chuvas nos ecossistemas amazônicos. Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo, durante o período de menor precipitação, avaliar o efeito da diminuição da umidade do solo na produção e fluxo de NO, N2O e CH4 em floresta primária de terra firme. Para isso, usaram-se tratamentos de restrição da entrada de água da chuva com objetivo de aumentar o déficit hídrico no solo. Foram desenvolvidos dois experimentos com análises diferenciadas: a) experimento descritivo compreendendo a comparação entre uma parcela de 100m2 que vem recebendo tratamento de restrição da entrada da água da chuva a 4 anos e uma parcela testemunha, e b) experimento em blocos casualizados, com 3 tratamentos de umidade: 100%, 50% e 0% da água da chuva, no município de Paragominas (2º59’S, 47º31’W), Estado do Pará. A umidade do solo foi medida através de sensores de time domian reflectometry (TDR) e pelo métodogravimétrico. As medidas mensais do fluxo de NO do solo foram feitas no campos através de circulação de ar entre câmaras estáticas de solo e um aparelho com detector quimioluminescencia de NO2 (Scintrex LMA-3.), e para o N2O e CH4 foram coletadas amostras sem seringas no campo e injetadas no laboratório em cromatógrafos. Os resultados revelaram que a diminuição da umidade do solo provocou um aumento no fluxo de NO e N2O. Para o CH4 encontrou-se uma diminuição no consumo de CH4 atmosférico pelos organismos do solo com a diminuição da umidade do solo, existindo até um fluxo de CH4 do solo para a atmosfera nos tratamentos mais seco. Através destas evidências , pode-se esperar que a diminuição da umidade do solo nas florestas primárias semelhantes à de Paragominas podem no futuro contribuir para uma intensificação do efeito estufa regional e global.
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