Tratamento de sementes de canafístula via calor úmido
Resumo
O tratamento térmico é utilizado, frequentemente, para superação de dormência em sementes florestais; porém, este ainda possui potencial para controle de micro-organismos veiculados pelas sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento térmico via calor úmido na qualidade fisiológica e na sanidade das sementes de canafístula – Peltophorum dubium. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. As sementes, coletadas em 2006, são provenientes de diferentes localidades do Estado do Paraná e foram submetidas aos seguintes tratamentos térmicos: T0 – 0 min, T1 – 5 min, T2 – 10 min, T3 – 15 min e T4 – 20 min de imersão em água a 80 °C. Depois de tratadas, as sementes foram submetidas aos testes de primeira contagem de germinação, germinação, comprimento de plântulas, massa fresca, massa seca e sanidade. Os resultados indicaram que a imersão por 10 min em água a 80 °C promove a germinação das sementes de canafístula, por consequência da superação da dormência, com maior percentual de germinação (70%) e comprimento de plântula (12 cm.plântula–1). A imersão das sementes de canafístula em água quente a 80 °C por 10 min é recomendada para promover a germinação da espécie, funcionando como mecanismo de superação de dormência. O mesmo tratamento, em diferentes tempos, não é suficiente para impedir a incidência de fungos sem afetar a qualidade fisiológica das sementes.
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Referências
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