Emergência, desenvolvimento da plântula e tolerância ao dessecamento de sementes de socoró (Mouriri guianensis)

Palavras-chave: Melastomataceae, germinação, morfologia da plântula, ortodoxa

Resumo

O socoró é uma frutífera frequentemente encontrada às margens dos rios, cujos frutos são apreciados pela fauna aquática, com potencial de uso na recuperação de mata ciliar. Este trabalho teve por objetivo avaliar a biometria e a emergência de sementes de diferentes genótipos de socoró, bem como descrever e ilustrar a plântula em desenvolvimento, e classificar as sementes quanto a tolerância ao dessecamento. Inicialmente, foram avaliadas a biometria e a emergência das sementes, seguindo o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos (genótipos) e quatro repetições. O desenvolvimento das plântulas foi monitorado desde o aparecimento da raiz primária até o segundo eofilo expandido. Para a classificação das sementes quanto a tolerância ao dessecamento, instalou-se teste de emergência em DIC, com quatro tratamentos (graus de umidade das sementes: 36,9; 22,3; 10,7 e 5,3%) e quatro repetições. Adicionalmente, sementes com grau de umidade de 5,3% foram armazenadas, por três meses, sob temperatura de -18 °C, e, posteriormente, submetidas ao teste de emergência. Os genótipos apresentaram comportamentos distintos com relação a biometria das sementes, emergência, índice de velocidade de emergência, plântulas anormais, e sementes dormentes e mortas. A germinação é do tipo hipógea, criptocotiledonar e unipolar, com a emissão da raiz primária aos 24 dias e expansão do segundo eofilo aos 52 dias após a semeadura. As sementes toleram o dessecamento até o grau de umidade de 5,3%, mais resfriamento por três meses a -18 ºC. Os genótipos de socoró diferem quanto a biometria, emergência, vigor e dormência das sementes. As estruturas da plântula podem auxiliar na identificação da espécie no campo, ou em análises laboratoriais. As sementes apresentam comportamento ortodoxo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, D.S. Alguns princípios de sucessão natural aplicados ao processo de recuperação. In: ALMEIDA, D.S. (Eds) Recuperação ambiental da Mata Atlântica [online]. 3. ed. Ilhéus: BA, Editus, 2016. p. 48-75.

ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, J.L.M.; SPAROVEK, G. Köppen’s Climate Classification Map for Brasil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. DOI: 10.1127/0941-2948/2013/0507

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 399 p.

CAMARGO, J. L. C.; FERRAZ, I. D. K.; MESQUITA, M. R.; SANTOS, B. A.; BRUM, H. D. Guia de propágulos e plântulas da Amazônia. 1. ed. INPA, Manaus: INPA, 2008.168p.

CROMARTY, A.S.; ELLIS, R.H.; ROBERTS, E.H. Design of seed storage facilities for genetic conservation. 1ª ed. Rome: IBPGR, 1990. 100p.

FIGUEIREDO, G. R.; PEREIRA, C. E.; SACRAMENTO, C. K. Dessecação e viabilidade de semente de gravioleira. Scientia plena, v. 15, n. 6, p. 60-202, 2019. DOI: 10.14808/sci.plena.2019.060202

FREIRE, J.M.; PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.; SANTOS, A.L.F. Intra- and inter-population variation in seed size and dormancy in Schizolobium parahyba (Vell.) Blake in the Atlantic Forest. Ciência Florestal, v. 25, n. 4, p. 897-907, 2015. DOI: 10.5902/1980509820592

GOLDENBERG, R.; VOLTZ, R. R. Mouriri in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB9820>. Acesso em: 27 jul. 2020

GOMES, J. B. M; LEEUWEN, J. V; FERREIRA, S. A. N; FALCÃO, N. P. S; FERREIRA, C. A. C. Nove espécies frutíferas da várzea e igapó para aquicultura, manejo da pesca e recuperação de áreas ciliares. 1ª ed. INPA: Manaus, 2010. 32p.

HONG, T.D.; ELLIS, R.H. A protocol to determine seed storange behaviour. Rome: International Plant Genetic Resources Institute, 1996. 62p.

JOSÉ, A. C.; SILVA, E. A. A.; DAVIDE, A. C. Classificação fisiológica de sementes de cinco espécies arbóreas de mata ciliar quanto a tolerância a dessecação e ao armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, v. 29, n. 2, p. 171-178, 2007. DOI: 10.1590/S0101-31222007000200023

LIMA, L. F. G; SANTOS, J. U. M.; ROSÁRIO, A. S.; BAUMGRATZ, J. F. A. Melastomataceae em formações de restingas no Pará, Brasil. Acta Amazonica, v. 44, n. 1, p. 45-58, 2014. DOI: 10.1590/S0044-59672014000100005.

LIMA, L. R.; NETO, A. R.; PEREIRA, F. D.; SILVA, G. F. MENEZES, C. C. E.; SANTANA, J. D. G. Germination and emergence of Mouriri elliptica mart. a rare medicinal fruit tree native to the Brazilian Cerrado biome. African Journal of Agricultural research, v. 11, n. 5, p. 400-406, 2016. DOI: 10.5897/AJAR2015.10444

MAYRINCK, R. C.; VAZ, T. A. A.; DAVIDE, A. C. Classificação fisiológica de sementes florestais quanto à tolerância à dessecação e ao comportamento no armazenamento. Cerne, v. 22, n. 1, p. 85-92, 2016. DOI: 10.1590/01047760201622012064

MELO, M. F. F.; VARELA, V. P. Aspectos morfológicos de frutos, sementes, germinação e plântulas de duas espécies florestais da Amazônia. I. Dinizia excelsa Ducke (angelim-pedra). II Cedrelinga catenaeformis Ducke (cedrorana) - Leguminosae: Mimosoideae. Revista Brasileira de Sementes, v. 28, n. 1, p. 54-62, 2006. DOI: 10.1590/S0101-31222006000100008

NERY, M. C.; DAVIDE, A. C.; SILVA, E. A. A. D.; SOARES, G. C. M.; NERY, F. C. Classificação fisiológica de sementes florestais quanto a tolerância à dessecação e ao armazenamento. Revista Cerne, v. 20, n. 3, p. 477-483, 2014. DOI: 10.1590/01047760201420031450

OLIVEIRA, F. S.; RIBEIRO, M. H. M.; NUNEZ, C. V.; ALBUQUERQUE, P. M. C. Flowering phenology of Mouriri guianensis (Melastomataceae) and its interaction with the crepuscular bee Megalopta amoena (Halictidae) in the restinga of Lençóis Maranhenses National Park, Brazil. Acta Amazonica, v. 46, n. 3, p. 281-290, 2016. DOI: 10.1590/1809-4392201504853

OLIVEIRA, C. D. C.; GONZAGA, L. M.; CARVALHO, J. A.; DAVIDE, A. C.; BOTELHO, S. A. Riqueza de mudas de espécies florestais nativas potencialmente produzidas na Bacia do Rio Grande, MG. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 37, n. 90, p. 159-170, 2017. DOI: 10.4336/2017.pfb.37.90.1342

PAMMENTER, N. W.; BERJAK, P. Aspects of recalcitrant seed physiology. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 12, n. 1, p. 56-69, 2000.

PAOLI, A. A. S.; BIANCONI, A. Caracterização morfológica de frutos, sementes e plântulas de Pseudima frutescens (Aubl.) Radlk. (Sapindaceae). Revista Brasileira de Sementes, v. 30, n. 2, p. 146- 155, 2008. DOI: 10.1590/S0101-31222008000200018

RANAL, M. A.; SANTANA, D. G. How and why to measure the germination process? Revista Brasileira de Botânica, v. 29, n. 1, p. 1-11, 2006. DOI: 10.1590/S0100-84042006000100002

SANTOS, F. S.; PAULA, R. C.; SABONARO, D. Z.; VALADARES, J. Biometria e qualidade fisiológica de sementes de diferentes matrizes de Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A. DC.) Standl. Scientia Forestalis, v. 37, n. 82, p. 163-173, 2009.

SCHWALLIER, R.; BHOPALAN, V.; BLACKMAN, S. The influence of seed maturation on desiccation tolerance in Phalaenopsis amabilis hybrids. Scientia Horticulturae, v. 128, n. 2, p. 136-140, 2011. DOI: 10.1016/j.scienta.2010.12.019

SILVA, E. A.; OLIVEIRA, A. C.; MENDONÇA, V.; SOARES, F. M. Substratos na produção de mudas de mangabeira em tubetes. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 41, n.2, p. 279-285, 2011. DOI: 10.5216/pat.v41i2.9042

SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. The Assistat Software Version 7.7 and its use in the analysis of experimental data. African Journal of Agricultural, v. 11, n. 39, p. 3733- 3740, 2016. DOI: 10.5897/AJAR2016.11522

VASCONCELOS, J. M.; CARDOSO, T. V.; SALES, J. F.; SILVA, F. G.; VASCONCELOS FILHO, S. C.; SANTANA, J. G. Métodos de superação de dormência em sementes de croada (Mouriri elliptica Mart.). Ciência e agrotecnologia, v. 34, n. 5, p. 1199-1204, 2010. DOI: 10.1590/S1413-70542010000500017

Publicado
2021-01-26
Seção
Artigos Científicos