Tratamento de sementes de canafístula via calor úmido

  • Marília Lazarotto Universidade Federal de Santa Maria, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
  • Ricardo Mezzomo Universidade Federal de Santa Maria, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
  • Caciara Gonzatto Maciel Universidade Federal de Santa Maria
  • Marciéli Pitorini Bovolini Universidade Federal de Santa Maria, Acadêmica do curso de Engenharia Florestal
  • Marlove Fátima Brião Muniz Universidade Federal de Santa Maria, Prof. Adjunto

Resumo

 

 O tratamento térmico é utilizado, frequentemente, para superação de dormência em sementes florestais; porém, este ainda possui potencial para controle de micro-organismos veiculados pelas sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento térmico via calor úmido na qualidade fisiológica e na sanidade das sementes de canafístula – Peltophorum dubium. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. As sementes, coletadas em 2006, são provenientes de diferentes localidades do Estado do Paraná e foram submetidas aos seguintes tratamentos térmicos: T0 – 0 min, T1 – 5 min, T2 – 10 min, T3 – 15 min e T4 – 20 min de imersão em água a 80 °C. Depois de tratadas, as sementes foram submetidas aos testes de primeira contagem de germinação, germinação, comprimento de plântulas, massa fresca, massa seca e sanidade. Os resultados indicaram que a imersão por 10 min em água a 80 °C promove a germinação das sementes de canafístula, por consequência da superação da dormência, com maior percentual de germinação (70%) e comprimento de plântula (12 cm.plântula–1). A imersão das sementes de canafístula em água quente a 80 °C por 10 min é recomendada para promover a germinação da espécie, funcionando como mecanismo de superação de dormência. O mesmo tratamento, em diferentes tempos, não é suficiente para impedir a incidência de fungos sem afetar a qualidade fisiológica das sementes.

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Biografia do Autor

Marília Lazarotto, Universidade Federal de Santa Maria, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Departamento de Defesa Fitossanitária
Ricardo Mezzomo, Universidade Federal de Santa Maria, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Departamento de Defesa Fitossanitária
Caciara Gonzatto Maciel, Universidade Federal de Santa Maria
Departamento de Defesa Fitossanitária
Marciéli Pitorini Bovolini, Universidade Federal de Santa Maria, Acadêmica do curso de Engenharia Florestal
Departamento de Defesa Fitossanitária
Marlove Fátima Brião Muniz, Universidade Federal de Santa Maria, Prof. Adjunto
Departamento de Defesa Fitossanitária

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Publicado
2013-08-22
Seção
Artigos Científicos